quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

"Palavras ao vento"

Já dizia o poeta:
"Procura da poesia

[...]
Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
Ei-los sós e mudos, em estado de dicionário.
Convive com teus poemas, antes de escrevê-los.
Tem paciência se obscuros. Calma, se te provocam.
Espera que cada um se realize e consume
com seu poder de palavra
e seu poder de silêncio."
Carlos Drummond de Andrade

Um belo dia eu me encantei pelas palavras. Resolvi pensar sobre elas e conhecê-las. 
Palavras são como pessoas: tem forma, tem sentimento, tem significado! Aí você pensa, elas também tem personalidade... e claro, logo alguém me questionaria por dar sentimentos a algo inanimado.
Metáfora do destino!
Existem palavras que são engraçadas, assim como personagens humorísticos. Para mim essas são "tablete", "concomitantemente". São engraçadinhas, não são?
Aí vêm as palavras cultas, que quase ninguém usa, mas quando colocadas numa frase comum causam muita admiração, como "pudentas" (ok, essa aparentemente é feia, mas tem que ser muito culto pra falar espontaneamente), "bucólico" e "reciprocidade".
Tem as palavras feias - mas que se você procurar a origem, nem são tão feias assim - como "caralho", "buceta", "porra"...
Posso dizer as palavras sentimentais, também, como "lágrima", "coração", "dor"... se juntar elas numa frase ou vira um diagnóstico médico ou um poema melancólico.
Palavras tem poder! Poder de curar um coração partido, poder de machucar o mais forte guerreiro, poder de fazer sorrir alguém já sem esperança. E elas não podem ficar jogadas por aí ou ser simplesmente colocadas em qualquer lugar. Cada palavra tem seu momento, seu cantinho... se solta, não tem vida, não faz sentido e é só mais uma palavra.
Cuide de suas palavras com carinho e lembre que o dicionário guarda seus mistérios revelados através de outras palavras.

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