Estava eu em um corredor vazio, sem
luzes ou janelas. Tudo o que estava lá eram apenas portas. Caminhei até a
primeira delas. Quando abri havia apenas uma sala vazia. Dela não se conseguia
ver nada e independente do que não havia ali dentro, nada entrava.
Fechei essa porta. Eu não sabia o que
estava procurando, mas certamente o que ali, não continha, tão pouco me
interessava. Caminhei com firmeza até a segunda porta, esta ficava do lado
oposto da primeira, mas era exatamente igual. Tocar na fechadura de modelo
muito simples, me causou uma sensação estranha. Ao abrir a porta, tudo o que
pude ver era o escuro. Ali não existia luz e a que vinha de fora, tão pouco
entrava. Dessa sala saia um ar frio e uma sensação de peso dominava meu corpo.
Com certa desconfiança parti para uma
terceira porta, que se encontrava do mesmo lado do corredor, que a primeira,
porém um pouco mais a frente. Respirei fundo e resolvi conferir seu conteúdo.
Essa sala brilhava muito e devido a isso não era possível ver o que pertencia a
ela. Diferentemente da segunda, essa sala, emanava calor e uma energia tão
grande que se tornava quase impossível controlar o próprio corpo.
Não sei como fui parar naquele lugar,
não havia entrada ou saída. O que tinha além dali não me era conhecido e aparentemente
estar ali era como não pertencer a uma dimensão comum ao resto da humanidade.
Tudo o que se ouvia, até então, eram os meus passos seguidos da minha
respiração tensa. Presente ali eu não pensava em nada e ninguém. Eu só via – e
para mim só existiam – as portas.
Quarta porta. A mais estranha que eu
vira. Era como as outras, mas com aparência desgastada e velha. Muitas marcas
de arranhões me surpreenderam. Hesitei ao toca-la, mas senti que não poderia
continuar sem verificar o que havia ali. Essa porta rangeu ao abrir. E tudo o
que encontrei foi o horror, meu corpo se contorceu, meus ouvidos ficaram
sensíveis a gritos estridentes de dor. Eu vi sangue.
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